ESTADO DE MINAS / por Kiko Ferreira em 05 de Agosto:
A norte-americana Cyndi Lauper chega aos 57 anos de idade e 27 de carreira com um projeto especial. Em Memphis Blues, ela deixa de lado a carreira de estrela pop para recriar o clima dos clássicos discos da gravadora de música negra Stax e colocar seu sotaque de Nova York nos trilhos tradicionais do blue sulista. Tão mutante quanto Madonna, a loura, que já vendeu mais de 30 milhões de discos e teve cinco singles de seu disco de estreia, She's so unusual, na parada da revista Billboard, segue uma trajetória de guinadas e surpresas. Recém-saída de um disco dance, Bring ya to the brink, de 2008, ela chegou a reler standards de jazz no álbum At last, de 2003, fez um álbum
de canções natalinas em 2004 e entrou na onda acústica em 2005 com The Body Acoustic. A fêmea fatal que conquistou o público gay com True Colors e chamou as garotas para a diversão em Girls Just Want To Have Fun mexe, agora, em vespeiro masculino. A maioria das 13 faixas de Memphis Blues foi composta por homens. E ela dá a versão feminina, convidando ícones do gênero para dividir a responsabilidade. Dos velhos músicos de estúdio da Stax, Skip Pitts (guitarra) e Lester Snell (teclados), ao jovem guitar hero Jonny Lang, a lista de colaborações é consistente. O mestre da guitarra B.B. King suinga em Early In The Mornin'; o pianista de New Orleans, Allen Touissant, dialoga com King na mesma faixa e dá o clima de bar enfumaçado em Shattered Dreams e Mother Earth; o gaitista Charlie Musselwhite acrescenta peso e molejo a Just Your Fool e Down Don't Bother Me e até o brasileiro Leo Gandelman surge na relação de convidados com seu sax jazzy na faixa de encerramento, I Don't Want To Cry. A única presença feminina é a especialista AnnPeebles, que ajuda nos vocais de Rollin' And Tumbin', de Muddy Waters. Com uma base feita por alguns dos melhores músicos de estúdio do blues, Cyndi Lauper está à vontade no disco. E mostra maturidade para driblar suas limitações vocais e construir umconjunto consistente que, se não é uma obra-prima, é um legítimo disco de blues.
de canções natalinas em 2004 e entrou na onda acústica em 2005 com The Body Acoustic. A fêmea fatal que conquistou o público gay com True Colors e chamou as garotas para a diversão em Girls Just Want To Have Fun mexe, agora, em vespeiro masculino. A maioria das 13 faixas de Memphis Blues foi composta por homens. E ela dá a versão feminina, convidando ícones do gênero para dividir a responsabilidade. Dos velhos músicos de estúdio da Stax, Skip Pitts (guitarra) e Lester Snell (teclados), ao jovem guitar hero Jonny Lang, a lista de colaborações é consistente. O mestre da guitarra B.B. King suinga em Early In The Mornin'; o pianista de New Orleans, Allen Touissant, dialoga com King na mesma faixa e dá o clima de bar enfumaçado em Shattered Dreams e Mother Earth; o gaitista Charlie Musselwhite acrescenta peso e molejo a Just Your Fool e Down Don't Bother Me e até o brasileiro Leo Gandelman surge na relação de convidados com seu sax jazzy na faixa de encerramento, I Don't Want To Cry. A única presença feminina é a especialista AnnPeebles, que ajuda nos vocais de Rollin' And Tumbin', de Muddy Waters. Com uma base feita por alguns dos melhores músicos de estúdio do blues, Cyndi Lauper está à vontade no disco. E mostra maturidade para driblar suas limitações vocais e construir umconjunto consistente que, se não é uma obra-prima, é um legítimo disco de blues.
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