quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Entrevista com Melanie C publicada hoje

Veículo: Jornal A Gazeta (ES)

Garota papo firme

23/12/2009

Tatiana Wuo

Na metade dos anos 90 elas eram as cinco garotas mais cobiçadas da indústria da música. Cantavam e dançavam um pop açucarado que contagiou o mundo. Cada uma do seu jeito, as Spice Girls conquistaram fãs em várias partes do globo e uma fama que lhes rende destaque até hoje, quase 15 anos depois do seu auge.

Da separação até a recente reunião para um show, há dois anos, Emma Bunton, Geri Halliwell, Melanie B, Melanie C e Victoria Beckham continuam produzindo material para o mercado fonográfico, como é o caso de Mel C, apelidada de "Sport Spice".

A cantora acaba de lançar seu primeiro DVD ao vivo, "Live Hits", gravado no The Bridge, em Londres, com repertório que passeia pelos discos "Northern Star" (1999), "Reason" (2003) e "Beautiful Intentions" (2005), que juntos já venderam mais de quatro milhões de cópias.

Além disso, ela coloca nas prateleiras brasileiras o inédito "This Time", quarto álbum solo que traz canções produzidas e arranjadas por nomes como Stephen Hague (que trabalhou com New Order e Pet Shop Boys), Steve Mac (Leona Lewis e Kelly Clarkson) e Peter-John Vettese (Simple Minds e Bee Gees).

Em entrevista por telefone ao Caderno 2, direto de Londres, a eterna Spice Girl conversou sobre produção, música, e não descartou uma possível volta das meninas.

Como foi o processo de produção deste disco?
Foi muito divertido fazer meus dois últimos albuns, porque eles foram lançados pelo meu próprio selo. Então eu tive muita liberdade na hora de fazê-los e pude, criativamente, fazer o que eu quis, em qualquer estilo. Neste disco eu quis fazer algo mais suave, com mais baladas e músicas acústicas. Foi legal ter a minha banda tão envolvida neste processo.

Você é compositora também. O que lhe inspira?
Eu sempre amei música, desde que eu era muito jovem, amava como eu me identificava com as canções. Sempre quis escrever músicas. Comecei quando eu tinha 15 anos. Hoje, inspiração para mim é a vida, o que acontece comigo e com as pessoas que estão ao meu redor. É muito bom poder expressar minhas emoções através da música.

Você atualmente está em cartaz com um musical, não é?
Sim. Estou em cartaz em Londres, no West End. Atuo numa peça chamada "Blood Brothers", que tem muitas canções. Na verdade é uma história antiga, mas que se passa em Liverpool, de onde eu sou. É sobre uma família operária que sofre uma tragédia. É uma história triste, muito emocionante e que tem sido uma enorme experiência para mim.

No DVD ao vivo, você parece estar se divertindo no palco...
Eu amo estar no palco. É o meu lugar favorito no mundo. Mesmo que às vezes eu cante músicas mais tristes, ser capaz de interpretar e fazer as pessoas curtirem a música é uma coisa que me deixa muito feliz.

O que você gosta de ouvir em casa?
Eu escuto coisas de vários estilos, mas gosto muito de bandas de rock como Foo Fighters, Queens of The Stone Age e Red Hot Chilli Peppers. Também ouço Amy Winehouse, James Morrison.

Conhece alguma música brasileira?
Eu provavelmente conheço algum samba, mas não muito bem. Espero visitar o Brasil no ano que vem e, com certeza, vou descobrir alguma coisa quando estiver aí.

Com o grupo Spice Girls você obteve sucesso mundial. Quais são as lembranças desse período?
Tenho ótimas lembranças. Nós tivemos momentos incríveis quando tudo aconteceu pela primeira vez, na metade dos anos 90. Há dois anos, quando nos reunimos e fizemos turnê juntas de novo, foi tudo fantástico.

É possível uma volta?
Eu espero que sim. Me diverti muito com as garotas, mas definitivamente estamos todas muito ocupadas agora. A Emma tem um programa de rádio aqui na Inglaterra, Geri está escrevendo muito, Victoria sempre ocupada com sua moda e Melanie apresenta um programa de TV. Nós todas estamos bem ocupadas, mas espero uma reunião em breve.

E com a carreira solo? É possível fazer show no Brasil?
Está nos meus planos. Estou tão empolgada com o álbum novo e com vontade de mostrá-lo... Agora estou mais envolvida com o meu projeto no teatro, que deve ir até o final do ano. Mas minha intenção é em breve voltar aos shows, aos palcos.

Veja e ouça

Melanie C

DVD Live Hits
LAB 344. 20 faixas
Quanto: R$ 40, em média

Melanie C

This Time
LAB 344. 14 faixas
Quanto: R$ 18, em média

Garotas apimentadas

Começo
O grupo britânico Spice Girls surgiu em 1993, formado por Emma Bunton, Geri Halliwell, Melanie B, Melanie C e Victoria Beckham. Tornou-se conhecido em 1996 com o primeiro single, "Wannabe".

Sucesso
Com apenas três álbuns gravados, "Spice", "Spiceworld" e "Forever", o grupo vendeu mais de 55 milhões de discos, tornando-se a banda pop e girlband mais famosa mundialmente de todos os tempos, e recordista de vendas.

Crise
Após a demissão do empresário Simon Fuller e a saída de Geri Halliwell do grupo, em 1998, as Spice Girls passaram algumas conturbações, retornando apenas em 2000 com o terceiro álbum, "Forever". Em 2001 o grupo dissolveu-se definitivamente, seguindo, cada integrante, sua própria carreira musical distinta.

Reunião
As meninas voltaram a se reunir com a formação original em 2007, para gravar o disco "Greatest Hits", com algumas faixas inéditas, e realizar uma turnê mundial, "The Return Of The Spice Girls" (O Retorno das Spice Girls), com seus maiores sucessos. O fim oficial foi no ano passado.

Hits
O grupo coleciona grandes sucessos como "Wannabe", "Holler", "2 Become 1", "Say You'll Be There", "Viva Forever" e "Spice Up Your Life".

Mel C
A cantora tem uma carreira solo bem-sucedida com quatro álbuns lançados. O mais recente, "This Time", saiu em 2007 na Europa pelo selo independente da própria Melanie. A edição brasileira inclui a música "Fragile", b-side original do single "The Moment You Believe", e a gravação (bônus) de "Want Candy" (1965), canção-título da comédia britânica estrelada por Carmen Electra.

domingo, 20 de dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Melanie C em Manaus

Saiu hoje no Jornal A Crítica a matéria com a Melanie C.
Confira abaixo:


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Veja Recomenda > Sonic Youth e Cat Power

Revista VEJA recomenda os discos "The Eternal" (Sonic Youth) e "Jukebox" (Cat Power) na edição 2143, páginas 208 e 209:


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Jornal A Crítica publica entrevista com A-ha

Conhecido jornal de Manaus, A Crítica, publica entrevista com Mags falando sobre carreira e o último álbum "Foot of Mountain" da banda. Clique na foto para acessar a matéria.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Outdoors do A-ha nas ruas do Rio!

Já estão nas ruas Haddock Lobo e Presidente Vargas os outdoors de divulgação do último álbum do a-ha, "Foot of the Mountain"


Entrevista do a-ha para o Jornal de Brasília

Jornal de Brasília conversa com tecladista do A-Ha sobre o fim da banda


09/12/2009

A forte onda dos anos 80 dá sinais de que está perto do seu fim e, junto com ela, uma das bandas que mais influenciou o pop mundial e ajudou a moldar as tendências de moda, cultura e música daquela década. A-Ha, grupo norueguês formado por Magne Furuholmen (teclado), Morten Harket (vocal), e Paul Waaktaar-Savoy (guitarra), são os criadores de sucessos como Take On Me, You Are The One. No entanto, eles resolveram que o tempo de fazer discos juntos passou. O álbum Foot of The Mountain, lançado neste ano, é o último. Este trabalho também vem junto com a turnê de despedida, que será das maiores. Só no Brasil, ela passará por mais de cinco cidades. Com tanta importância para o mundo pop, o Jornal de Brasília não podia deixar passar em branco, e conversou com Magne Furuholmen para fazer um balanço da carreira da banda.

JBr - Como é promover um CD novo, quando a banda anunciou que vai acabar?
Magne - Nós anunciamos que este será o nosso o último álbum e nossa turnê de despedida, então a banda continua normalmente até o dia 4 de dezembro de 2010, quando vamos fazer nosso último show em Oslo, Noruega. Nós temos um ano bem longo pela frente e uma das turnês mais pesadas que já fizemos, desde os anos 80. Logo, promover este disco se parece exatamente como qualquer outro álbum. Nós passamos muito tempo nos dedicando para torná-lo o melhor possível. Uma vez que decidimos que a não iríamos mais gravar discos juntos, como uma banda, tivemos que decidir quando dizer adeus e se faríamos uma última turnê de celebração com nossos fãs pelo mundo. Por isso que o anuncio culminou com a divulgação do CD.

JBr - A recepção do disco foi muito boa, vocês esperavam isso?
Magne - Essa recepção boa da crítica nos pegou de surpresa. É o final perfeito, ao invés de se desmanchar como uma banda que vendeu muitos discos e não tem nada mais além disso. Esse álbum realmente me dá a oportunidade de celebrar o fim de A-HA como uma grande banda.

JBr - Porque vocês resolveram acabar a banda?
Magne - Acho que foi um reconhecimento do tanto de tempo que nos leva para fazer um disco. Nós temos 25 anos juntos com uma jornada maravilhosa. Desde que éramos os três garotinhos de Oslo que sonhavam em conquistar o mundo com a música. Acho que muitas bandas continuam juntas mesmo que as motivações não sejam as melhores. Elas são lembradas pelo trabalho que fizeram e não pelas desculpas que usam para continuar tocando em lugares meio cheios, ficando velho e fazendo isto pelo dinheiro. Eu não queria que o A-HA se tornasse uma dessas bandas. Eu vejo muito talento no nosso trabalho para continuar, mas temos nossas diferenças em relação à banda e não é fácil fazer as coisas darem certo sempre. É muito trabalhoso ser parte de um grupo como o A-HÁ. Penso que poderia usar meu tempo de uma maneira mais proveitosa. É saudável voltar ao ponto zero. Achamos que deveríamos apenas celebrar uma longa carreira e terminar enquanto estamos no topo, ao invés de desaparecer.

JBr - O que você pretende fazer daqui para frente?
Magne - Eu gosto de estar envolvido com a arte, e vou continuar na música. Gosto de fazer parcerias, e ainda mais com quem reconhece o prazer do trabalho em grupo. Uma das coisas que estou animado é um projeto de arte, ciência e música. É baseado em um formato livre para pessoas que obtiveram sucesso em outras situações e agora querem provar algo fora da fórmula, com menos bagagem e limites. Todos são integrantes de outras bandas, tem um do Coldplay, um de um banda holandesa, o produtor do Jason Mraz. Ter parcerias fora da banda é bom. Mesmo durante o A-HÁ, nós tivemos nossas carreiras solo.

JBr - Qual o legado de A-HA para a música mundial e norueguesa?
Magne - Acho que deixamos um legado um pouco estranho. Nós começamos na cabeça das pessoas apenas como uma banda pop que foi perseguida por muitas meninas que nos deram status de fenômeno. Ao mesmo tempo, fizemos músicas que tinham significado para muita gente, como os irmãos Gallagher, do Oasis. Os integrantes do U2 disseram que o A-HA foi subestimado como banda. Acho que muitos nos viam apenas como um fenômeno, e isso nos frustrava e entristecia porque nossa música não era falada. Sempre que éramos entrevistados era sobre fama, boa aparência, ou qualquer outra coisa. Isso nos incomodava. Quando voltamos em 2000, uma das coisas mais gratificantes foi perceber que a atitude em relação à banda havia mudado e estava bem mais de acordo com o que pensávamos. Acredito que o A-HA deixou para trás um tempo considerável de definição da música pop. Nós ajudamos a moldar os anos 80 musicalmente por mal gosto em roupas (risos). Somos também uma banda que, com 25 anos, ainda conseguiu fazer um disco relevante, que trouxe um olhar diferente. É a deixa perfeita para pular fora (risos).

JBr - Quais são as melhores lembranças das turnês no Brasil?
Magne - São tantas, é difícil dizer uma. O Brasil foi uma injeção de auto-estima em nossa carreira. Havíamos feito a primeira turnê ao redor do mundo, e o encanto com a banda estava diminuído entre o terceiro e o quarto disco. Então fomos para a América do Sul e descobrimos uma aproximação totalmente diferente em relação à banda e nossas músicas. Ficamos muito contentes com essa injeção de confiança que nos deram. Nunca consegui entender o que fez os brasileiros abraçarem o A-HA. Nós éramos noruegueses de um país gelado do norte. Mas aí, penso que tem a ver com a paixão. Quero dizer os brasileiros são pessoas passionais, e eu acho que eles reconheceram uma paixão em nossas músicas. É uma conexão inusitada entre a atitude melancólica escandinava para a vida e a sensualidade e o calor sul-americano. Mesmo sendo forças opostas, dividem um laço com a paixão.
Da redação do Jornal de Brasília



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Resenha de Jukebox (Cat Power) no Jornal do Brasil

Foi publicada hoje no Carderno B do Jornal do Brasil  a crítica do álbum"Jukebox" da artista Cat Power, editado no Brasil pela LAB 344.

Confira abaixo:





Entrevista com o a-ha no JORNAL DA TARDE (SP)

Banda a-ha volta ao Brasil para dizer adeus

Antes de decretar o fim, grupo norueguês passará por São Paulo em 2010, conforme diz seu tecladista

Uma notícia veiculada em outubro no site do a-ha (o nome da banda é escrito em minúsculas) atordoou os fãs do grupo norueguês. A nota explicava que a Foot of the Mountain seria o último disco e que o a-ha se despediria dos palcos e estúdios em 2010. Antes do fim, o grupo fará uma turnê de despedida que terá a América do Sul como partida. "Iremos no início de março para Buenos Aires e logo depois partiremos para o Brasil", afirma, por telefone, o tecladista, guitarrista e fundador Magne Furuholmen.

Segundo Magne, o fim foi decidido pelas três partes da banda que, além do tecladista, conta com o vocalista Morten Harket e o guitarrista Paal Waaktaar-Savoy. "Gravar Foot of the Mountain foi um parto. Tivemos inúmeras discussões quanto à sonoridade do álbum e não quero que em um futuro próximo essas brigas atrapalhem nosso relacionamento", explica Magne. Tudo porque o tecladista não queria mais um disco orgânico. "Nossos arranjos são dramáticos, a voz do Morten é apaixonante. Se usássemos novamente orquestra e instrumentos orgânicos ficaria over. Decidi que este último álbum dialogaria com nossos sucessos como Scoundrel Days (1986) e Hunting High and Low (1985). É bem mais eletrônico, sintético, como o som que ajudamos a formatar nos anos 80."

Desde a volta no ano de 2000, o a-ha lançou quatro álbuns e conseguiu superar o preconceito de que era apenas mais um grupo de rapazes bonitinhos. "Tivemos muita sorte de voltar há dez anos. As pessoas tinham um estereótipo, mas gente como Chris Martin (vocalista do Coldplay) e Noel Gallagher (guitarrista do Oasis) sempre foram generosos nessa volta do a-ha", diz Magne, que explica o que quer dizer com generosos: "Noel disse que Train of Thought (de 1986) é seu single preferido. Hoje não somos mais mal entendidos e consigo dormir tranquilo. Quando a banda acabou em 1993, estávamos em frangalhos", lembra.

Magne tem um projeto chamado Apparatjik, com o baixista Guy Berryman, do Coldplay, e pensa em investir em artes visuais após o fim do grupo. Há dois anos foi convidado a integrar a banda Travis, mas no mesmo momento gravava o último álbum do a-ha. "Nomes como Coldplay, Travis e Keane sempre disseram que nós fomos uma influência."

E para os fãs brasileiros, Magne, que atualmente diz escutar Radiohead, MGMT, Sufjan Stevens e música norueguesa contemporânea, deixa um recado: "Vamos ao Brasil para celebrar o fim do a-ha com os fãs. Não quero que seja uma despedida triste. Queremos sempre ser lembrados como uma banda que fez grandes escolhas. Quando eu tiver 75 anos e olhar para trás, tocar no Brasil sempre vai estar na minha memória."

LANÇAMENTO

O quarto disco após a volta do grupo em 2000 traz a sonoridade que o fez famoso nos anos 80 com sucessos como 'Take On Me' e 'Hunting High and Low'. É o último CD da banda, que começou em 1982.

JORNAL DA TARDE
por Marcos Bezzi
 

domingo, 6 de dezembro de 2009

A-ha é capa no Correio da Bahia

A-ha: grupo pop norueguês lança CD e anuncia última turnê da carreira

Hagamenon Brito | Redação CORREIO | Fotos: Divulgação

Quem foi adolescente nos anos 80 e não ouviu falar no grupo pop norueguês a-ha, provavelmente não estava na Terra. A canção e o videoclipe Take on me (1985) marcaram toda uma geração e escancararam as portas do sucesso mundial para o vocalista Morten Harket, o guitarrista Paul Waaktaar-Savoye o tecladista Magne Furoholmen.

Com mais de 70 milhões de discos vendidos em 25 anos de carreira (que sofreu uma separação entre 1994 e 1998) e reverenciado por novas e importantes bandas como Coldplay, The Killers e Keane, o a-ha retoma suas origens sonoras com Foot of the mountain (LAB 344/Cd Promo), o seu 9º álbum de estúdio.

Show de despedida do a-ha será dia 4 de dezembro de 2010, em Oslo

Para Morten, as dez canções do disco evocam sucessos como Take on me, The sun always shines on TV e I've been losing you: "Cada música tem uma identidade. Com este álbum, nós tentamos diferentes versões para as canções, mas no final sempre voltávamos para os sintetizadores. Foi como começamos nos anos 80, antes de nos interessarmos por bases mais acústicas e analógicas. Foot of the mountain é um retorno ao synthpop dos velhos tempos com elementos atuais".

Ao mesmo tempo em que promove o disco, que entrou no Top 5 do Reino Unido, estreou em 1 ºlugar na Alemanha e é um dos CDs mais vendidos na rede brasileira de livrarias Saraiva, o a-ha anuncia que encerrará a carreira com uma turnê mundial no próximo ano.O último show será dia 4 de dezembro, em Oslo, na Noruega.

Com uma fiel legião de fãs no Brasil (só no Orkut são mais de 600 comunidades), a banda voltará ao país em 2010 e, quem sabe, tocará em Salvador, onde esteve em 1991 num show no estacionamento do Centro de Convenções. A seguir, leia entrevista com Paul Waaktaar (autor da maioria das canções do novo CD), 48 anos, feita por e-mail.

'Foot of the mountain' marca um retorno à sonoridade dos primeiros discos do a-ha, numa década em que o synthpop reapareceu através de novas bandas. A que você atribui a longevidade do synthpop?
O que vai, volta. É como o ramo de moda.Você quase pode prever agora a próxima vez que a calça boca-de-sino será popular de novo.

A faixa 'Riding the crest' foi inspirada no álbum 'Neon bible', do Arcade Fire. Além da banda canadense, quais os grupos atuais que você gosta? Você sente a influência do a-há em alguns desses grupos?
Eu amei Neon Bible. Riding the crest terminou soando muito mais leve do que eu tinha em minh amente. Nothing is keeping you here foi inspirada em Nick Drake. Nós também ouvimos The Shins, Muse, Death Cab for Cutie, o velho New Order, The Killers, Kasabian, Eels..., mas, no geral, ouvimos as coisas antigas que você sempre está relembrando.

Como foi o processo de composição de 'Foot of the mountain'? Tanto tempo depois, vocês ainda sentem prazer em compor juntos, em estar juntos?
Nos dois álbuns anteriores, eu estava vindo diretamente de uma gravação do Savoy (NR: grupo paralelo que o guitarrista criou com a esposa, Lauren Savoy), então houve um pouco de pressão em trazer o novo material. Neste álbum, eu tive tempo de juntar muitas músicas. A maioria delas foi escrita depois de lançar e saborear algum sucesso com o single Analogue na Inglaterra. A maioria das vezes eu mesmo escrevo, mas algumas músicas foram completadas com temas synth ou partes de coisas que Magnee Morten estavam trabalhando. A música Foot of the mountain é a reunião de duas músicas.

A banda sempre teve uma relação forte com os fãs brasileiros. Como surgiu essa empatia? Nós descobrimos o Brasil como se descobríssemos nossa alegria de tocar ao vivo. Antes disso, nós éramos mais uma banda de estúdio. Tivemos algumas experiências fantásticas nas turnês que fizemos no começo dos anos 90. Amamos o público e eles pareciam gostar do que estávamos fazendo.

Aliás, em Salvador, na Bahia, também existem muitos fãs do a-ha. Vocês fizeram um show aqui, em 1991. Têm alguma lembrança da cidade?
Sim, totalmente. Nós circulamos bastante na maioria dos lugares que visitamos tentando mergulhar (imergir, algo assim) na atmosfera. Eu espero que possamos voltar aí no ano que vem e ver a cidade mais uma vez.

Por que a decisão de encerrar a carreira com uma turnê mundial, com último show marcado para 4 de dezembro de 2010,em Oslo?
Vinte e cinco anos é muito tempo para uma banda existir e você só pode continuar se a maioria também quiser.

Quais os seus planos para depois do a-ha?
Eu amaria trabalhar/escrever alguma coisa com outras bandas e artistas. Também amaria começar uma nova banda ou talvez escrever algo maior, algum tipo de musical talvez. Isto abre uma grande quantidade de tempo para coisas que você nunca teve oportunidade de fazer. Para mim, eu tenho que ver que tipo de canções estou escrevendo e depois apenas ir aonde elas querem ir.

*Colabourou Ivan Dias Marques

sábado, 5 de dezembro de 2009

Crítica de 'Varshons' (The Lemonheads) no Estado de Minas

Evan Dando e o seu Lemonheads chegam ao Brasil em disco com mais acertos do que erros
 
Bonito, problemático e carismático, Evan Dando era o queridinho das garotas nos anos 1990.
O rock norte-americano dos anos 1990 tem em Kurt Cobain seu ídolo maior. A ascensão do Nirvana, que tornou viável comercialmente as bandas independentes, apresentou muitas outras caras. Evan Dando, naquela década, não tinha concorrentes. Bonito, problemático, carismático, logo se tornou queridinho das garotas. Seu Lemonheads era bem menos intenso do que o Nirvana, fazia uma mistura de punk com pop music e não demorou a ganhar as rádios.

Os anos passaram, o sucesso chegou, assim como os problemas (inclusive com drogas). O então trio se desfez, já que há muito a banda havia se tornado o grupo de Dando. Passou-se uma década até que o Lemonheads voltasse, em 2006, com um disco. As canções do álbum The Lemonheads eram, em sua maior parte, autorais. Material muito diferente desse Varshons, que ganha agora edição nacional pelo selo carioca LAB 344.

Na década passada, o Lemonheads ficou também conhecido por versões superpessoais de canções de gente que parecia não ter nada a ver com a banda. Colocaram num mesmo saco ABBA, Metallica, New Kids on the Block e até mesmo Whitney Houston, ainda que as gravações que viraram hit com a banda tenham sido de Simon & Garfunkel (Mrs. Robinson) e Suzanne Vega (Luka).

Varshons é o primeiro álbum de Dando única e exclusivamente dedicado às versões. Produzido por Gibby Haynes, líder da banda Butthole Surfers, nasceu de mixtapes que os dois trocavam. É um disco digno dos melhores momentos do Lemonheads. Aberto com a cover de I just can't take it anymore, de Gram Parsons, ídolo de Dando desde sempre, começa em tom de country-rock. O mesmo clima permanece na primeira parte do disco. Fragile tem andamento lento e Layin' up with Linda, mais rápida, é marcada pela interpretação grave da voz de Dando.

A história só muda (aí radicalmente) na sétima faixa, Dirty robot, que conta com a participação da modelo Kate Moss. Cheia de programações eletrônicas (com Dando cantando com o recurso do vocoder, aquela voz metálica, meio robótica, que fez a cara dos anos 1980), é mais curiosa do que interessante. Dandelion seeds é um rock poderoso, enquanto a cover de Hey, that's not way to say goodbye, em dueto com Liv Tyler, é bonita, mas não acrescenta muito à original de Leonard Cohen. Por fim, em momento doce, Dando, acompanhado de apenas uma guitarra, descontrói o hit Beautiful, de Linda Perry, mais conhecido pela gravação de Christina Aguilera. Mesmo causando certa estranheza, Evan Dando e seu Lemonheads mais acertam do que erram em Varshons. Ousar sempre faz bem.
 
 
 

Boa crítica sobre FOTM

'Foot Of The Mountain' (A-HA)

Para se despedir dos fãs

Todo mundo sabe que o A-HA é aquele tipo de banda que, volta e meia, dá um tempo. Mas, parece que agora é sério. "Foot Of The Mountain" foi anunciado como o último álbum de estúdio da banda norueguesa. Se não chega a ser um disco fantástico, "Foot Of The Mountain" mostra que o A-HA ainda podia queimar mais calorias. Algumas faixas do álbum podem até mesmo ser comparadas com o trabalho inicial de Morten Harket, Magne Furuholmen e Paul Waaktaar-Savoy. Não que isso signifique grande coisa, mas, pelo menos, é o suficiente para deixar os seus saudosistas fãs, felizes.

Depois de alguns trabalhos em que o A-HA se perdeu um pouco, o nono álbum do grupo está bem acima de seus discos anteriores, como "Lifelines" (2002) e "Analogue" (2005). Pode-se até mesmo dizer que "Foot Of The Mountain" é o melhor álbum do A-HA desde "Stay On These Roads" (1988). E isso não é exagero. Apesar de alguns excessos eletrônicos, "Foot Of The Mountain", em alguns momentos, marca um retorno da banda ao synthpop que lhe trouxe a fama.

Um exemplo dessa "volta" é "Riding The Crest", a melhor do álbum, e que traz ecos dos primeiros trabalhos do A-HA. A canção parece que ficou perdida em alguma gaveta empoeirada do início dos anos 80, com a vantagem de ter tido a sua sonoridade atualizada. Méritos para o produtor Steve Osborne (U2, Elbow, New Order, entre outros), que já havia feito trabalho semelhante com o The B-52's, que rejuvenesceu no ótimo álbum "Funplex", lançado no ano passado.

Além de "Riding The Crest", outras faixas se destacam em "Foot Of The Mountain", especialmente as que trazem de volta esse synthpop. São os casos de "What There Is", uma canção antiga de Magne, e "Sunny Mystery", esta última um pouco mais sombria. Não por acaso, todas elas tiveram a mão de Steve Osborne. As canções que seguem uma linhagem mais puxada para o pop melódico ficaram a cargo do produtor Roland Spremberg. E elas também representam bons momentos de "Foot Of The Mountain", a começar pela própria faixa-título (e primeiro single do álbum), "Shadowside" e "Nothing Is Keeping You Here", que faz um estilo mais moderno, lembrando bandas como o Keane e o Coldplay.

Já o terceiro produtor, Mark Saunders, é responsável por canções com uma sonoridade mais sombria, como "The Bandstand" e "Start The Simulator", claramente influenciadas pelo Depeche Mode.

Para quem não é fã do A-HA, certamente, "Foot Of The Mountain" passará despercebido. Mas os fãs não terão do que reclamar, a não ser pelo fato de ser o último álbum de estúdio da banda.

Luiz Felipe Carneiro

Cotação: ***1/2