A-ha: grupo pop norueguês lança CD e anuncia última turnê da carreira
Quem foi adolescente nos anos 80 e não ouviu falar no grupo pop norueguês a-ha, provavelmente não estava na Terra. A canção e o videoclipe Take on me (1985) marcaram toda uma geração e escancararam as portas do sucesso mundial para o vocalista Morten Harket, o guitarrista Paul Waaktaar-Savoye o tecladista Magne Furoholmen.
Com mais de 70 milhões de discos vendidos em 25 anos de carreira (que sofreu uma separação entre 1994 e 1998) e reverenciado por novas e importantes bandas como Coldplay, The Killers e Keane, o a-ha retoma suas origens sonoras com Foot of the mountain (LAB 344/Cd Promo), o seu 9º álbum de estúdio.
Show de despedida do a-ha será dia 4 de dezembro de 2010, em Oslo
Para Morten, as dez canções do disco evocam sucessos como Take on me, The sun always shines on TV e I've been losing you: "Cada música tem uma identidade. Com este álbum, nós tentamos diferentes versões para as canções, mas no final sempre voltávamos para os sintetizadores. Foi como começamos nos anos 80, antes de nos interessarmos por bases mais acústicas e analógicas. Foot of the mountain é um retorno ao synthpop dos velhos tempos com elementos atuais".
Ao mesmo tempo em que promove o disco, que entrou no Top 5 do Reino Unido, estreou em 1 ºlugar na Alemanha e é um dos CDs mais vendidos na rede brasileira de livrarias Saraiva, o a-ha anuncia que encerrará a carreira com uma turnê mundial no próximo ano.O último show será dia 4 de dezembro, em Oslo, na Noruega.
Com uma fiel legião de fãs no Brasil (só no Orkut são mais de 600 comunidades), a banda voltará ao país em 2010 e, quem sabe, tocará em Salvador, onde esteve em 1991 num show no estacionamento do Centro de Convenções. A seguir, leia entrevista com Paul Waaktaar (autor da maioria das canções do novo CD), 48 anos, feita por e-mail.
'Foot of the mountain' marca um retorno à sonoridade dos primeiros discos do a-ha, numa década em que o synthpop reapareceu através de novas bandas. A que você atribui a longevidade do synthpop?
O que vai, volta. É como o ramo de moda.Você quase pode prever agora a próxima vez que a calça boca-de-sino será popular de novo.
A faixa 'Riding the crest' foi inspirada no álbum 'Neon bible', do Arcade Fire. Além da banda canadense, quais os grupos atuais que você gosta? Você sente a influência do a-há em alguns desses grupos?
Eu amei Neon Bible. Riding the crest terminou soando muito mais leve do que eu tinha em minh amente. Nothing is keeping you here foi inspirada em Nick Drake. Nós também ouvimos The Shins, Muse, Death Cab for Cutie, o velho New Order, The Killers, Kasabian, Eels..., mas, no geral, ouvimos as coisas antigas que você sempre está relembrando.
Como foi o processo de composição de 'Foot of the mountain'? Tanto tempo depois, vocês ainda sentem prazer em compor juntos, em estar juntos?
Nos dois álbuns anteriores, eu estava vindo diretamente de uma gravação do Savoy (NR: grupo paralelo que o guitarrista criou com a esposa, Lauren Savoy), então houve um pouco de pressão em trazer o novo material. Neste álbum, eu tive tempo de juntar muitas músicas. A maioria delas foi escrita depois de lançar e saborear algum sucesso com o single Analogue na Inglaterra. A maioria das vezes eu mesmo escrevo, mas algumas músicas foram completadas com temas synth ou partes de coisas que Magnee Morten estavam trabalhando. A música Foot of the mountain é a reunião de duas músicas.
A banda sempre teve uma relação forte com os fãs brasileiros. Como surgiu essa empatia? Nós descobrimos o Brasil como se descobríssemos nossa alegria de tocar ao vivo. Antes disso, nós éramos mais uma banda de estúdio. Tivemos algumas experiências fantásticas nas turnês que fizemos no começo dos anos 90. Amamos o público e eles pareciam gostar do que estávamos fazendo.
Aliás, em Salvador, na Bahia, também existem muitos fãs do a-ha. Vocês fizeram um show aqui, em 1991. Têm alguma lembrança da cidade?
Sim, totalmente. Nós circulamos bastante na maioria dos lugares que visitamos tentando mergulhar (imergir, algo assim) na atmosfera. Eu espero que possamos voltar aí no ano que vem e ver a cidade mais uma vez.
Por que a decisão de encerrar a carreira com uma turnê mundial, com último show marcado para 4 de dezembro de 2010,em Oslo?
Vinte e cinco anos é muito tempo para uma banda existir e você só pode continuar se a maioria também quiser.
Quais os seus planos para depois do a-ha?
Eu amaria trabalhar/escrever alguma coisa com outras bandas e artistas. Também amaria começar uma nova banda ou talvez escrever algo maior, algum tipo de musical talvez. Isto abre uma grande quantidade de tempo para coisas que você nunca teve oportunidade de fazer. Para mim, eu tenho que ver que tipo de canções estou escrevendo e depois apenas ir aonde elas querem ir.
*Colabourou Ivan Dias Marques
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